UM MÚSICO DA LITERATURA
Admirador de Elomar; simples, lírico e imaginativo,
Marinho do Nordeste faz a miscigenação da Literatura
Popular com a Literatura Brasileira. O Objeto de sua
criação não é apenas o texto em si, mas a respectiva
apresentação, com enriquecimento da estética musical. Faz
uso contínuo e espontâneo de construções fonéticas que se
enquadram perfeitamente às estruturas morfológicas
do erudito, conservando a essência do popular. Sua
principal característica é produzir e interpretar suas peças
com tempero clássico sem distanciar-se das raízes. Precioso
músico da literatura, é muito mais um cantador-cordelista
que um cordelista-cantador. Seu gênero musical tem
riqueza de ritmo/melodia associado ao valor do conteúdo.
Chega aos 50 anos mostrando que sua música não está
circunscrita ao gosto das camadas incultas do povo
frequentador das feiras, mercados e praças. Com sua
expressão poética além do comum, conquistou lugar de
destaque entre os nomes mais respeitados do meio. É
membro Titular da Academia Brasileira de Literatura de
Cordel – Cadeira 35. Vem sendo motivo de constante
atenção das escolas e universidades do Rio de Janeiro,
onde é considerado o mais expressivo nome nesta
modalidade da música popular. Em 2004, contatado por
George Israel, parceiro de Cazuza, em parceria com aquele
artista e a cantora Dulce Quental, participa da composição
e gravação da música Girassóis Azuis que integra a trilha
sonora da novela América – TV Globo,
gravadora Som Livre. (Prof. Sepalo Campelo)
Marinho Do Nordeste
O Cantador Renascentista
LITERATURA DE CORDEL
Voando baixinho vai com o vovô
Tanger passarinho lá na plantação
Ele é colega do camalião
Amigo do mico macaco leão
O meu papagaio se chama Zezinho
É muito engraçado fala direitinho
Ele foi gerado no oco do pau
De onde foi tirado pelo Lobo Mau
Zezinho nasceu no pé de angico
A mamãe lhe dava comida no bico
Era mês de março quando o caçador
Entrou no ninhal e o encontrou
LITERATURA DE CORDEL